O impasse envolvendo a relocação dos comerciantes das barracas da orla de Salvador foi discutido em audiência pública na tarde de terça-feira (24), no auditório do edifício Bahia Center, anexo da Câmara Municipal de Salvador. No debate, requerido pelo vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), as questões que se prolongam por quatro anos foram expostas pelos principais atingidos, os barraqueiros.
A audiência teve início com as impressões de Odiosvaldo Vigas, que ressaltou o compromisso firmado pela gestão municipal anterior em devolver as barracas aos seus proprietários após asmudanças em prol da orla. O vereador propôs, a partir deste encontro, a realização de uma audiência com a presença da secretária Rosema Maluf (Ordem Pública/Semop), uma reunião com o prefeito ACM Neto e a realização de uma tribuna popular.
Neste período em que aguardam por uma definição, 11 comerciantes (todos presentes na audiência) estão instaladosna Estação de Transbordo do Iguatemi.
Os barraqueiros se posicionaram contra a proposta de licitação apresentada pela Justiça Federal. “Não aceitamos o modelo de licitação, é uma falta de respeito com a nossa história no local. Além de temermos o critério de escolha que será utilizado”, disse o presidente da Associação de Barraqueiros de Pituaçu, Ney Oliveira. Ainda de acordo com a determinação, o número de barracas será reduzido de 500 para 250 unidades. Os comerciantes foram representados na mesa, também, por Carlos Melo.
Sobre este ponto, o vereador Euvaldo Jorge (PP), também presente à mesa do debate, justificou: “Sabemos que, em muitos casos, um comerciante possui mais de uma barraca e isso é injusto”.
Após a audiência os comerciantes procuraram Euvaldo Jorge para solicitar o apoio do líder do PP junto à gestão municipal. "Acompanho a situação do grupo desde a demolição das barracas, em agosto de 2009. Inclusive participei da iniciativa de alojá-los temporariamente em boxes na Estação de Transbordo do Iguatemi, enquanto aguardam a finalização do novo Projeto da orla de Salvador”, frisou.
A requalificação da orla, segundo ele, deve ser concluída até maio de 2014, com um investimento de mais de R$100 milhões oriundos de recursos municipais e federais. As intervenções serão feitas nas praias de São Tomé de Paripe, Tubarão, Ribeira, Barra, Jardim de Alah/Armação, Rio Vermelho, Boca do Rio, Piatã e Itapuã. No que diz respeito às barracas, ainda será decidido se o modelo de contrato será por concessão ou permissão. "Procurarei a Prefeitura, através das Secretarias de Ordem Pública e Desenvolvimento, para debater o assunto. O objetivo é encontrar uma solução para a situação dessas famílias, que tiravam das barracas o seu sustento", afirmou o vereador.
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