Número
de acidentes com animais peçonhentos vem aumentando no País
Esses acidentes ocorrem o ano inteiro, mas são mais comuns na primavera
e no verão. Em 2011, foram notificados em todo o Brasil cerca de 50000
acidentes com escorpiões, 30000 com cobras e 25000 com aranhas. O ideal, claro,
é não se expor sobretudo em áreas de risco. Pessoas picadas devem ser levadas
rapidamente ao pronto-socorro para tomar soro, porque podem até ir a óbito.
Animais peçonhentos são os
que têm presas, ferrões ou espinhos com os quais injetam seu veneno nos
humanos. Cobras, escorpiões, aranhas e taturanas são os que mais causam tais
acidentes, mais comuns nos meses quentes. Eles sempre ocorreram, mais nas
ultimas décadas o número vem aumentando. Talvez seja porque a população cresceu
muito e se erguem cada vez mais casas nas áreas de risco. Mas também pode ser
que, com a evolução tecnológica, se notifiquem melhor as ocorrências.
Todos os casos de acidentes com
animais peçonhentos devem ser relatados ao Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. No ano passado foram notificados
em todo o Brasil por volta de 50000 casos com escorpiões, 30000 com cobras e
25000 com aranhas.
Veja as conseqüências de tais
acidentes, o que fazer quando ocorrem e como evitá-los.
·
Cobras. Entre as mais venenosas, que podem até
matar, estão: jararacas, cascavéis, surucucus e corais. Elas vivem sob montes
de madeira e em tocas nas matas, plantações, pastos e litorais. Mas, como se
alimentam de roedores, é comum encontrá-las também perto de paios e tulhas.
Cerca de 90% dos acidentes devem-se às jararacas, 8% às cascavéis, 1% a 2% às
surucucus e 0,5% às corais. Picam sobretudo nas pernas e nas mãos. Cada tipo de
veneno tem sua ação, por isso há um soro para cada um. Quando uma pessoa é
picada, deve-se lavar o local com água e sabão e levá-la rapidamente a um
hospital para tomar o soro. A maioria não sabe por qual cobra foi picada, mas o
médico pode descobrir e diagnosticar a gravidade do caso pelos sintomas. O
veneno da jararaca, por exemplo, pode matar por choque ou hemorragia.
·
Escorpiões. Os mais perigosos são os marrons e
os amarelos, que hoje estão bem adaptados às cidades. Em geral picam nas mãos e
nos pés. O veneno age nas terminações nervosas da área picada e a pessoa sente
muita dor. Pode ocorrer também vermelhidão no local. O paciente tem de ser
levado ao pronto-socorro. Anestésicos locais, analgésicos e a aplicação de
calor na área combatem a dor. Parte dos pacientes pode ter ainda suor, vômitos,
acúmulo de líquidos nos pulmões, arritmia cardíaca e choque, o que às vezes é
fatal. Nesses casos, ficam internados e são tratados com soro.
·
Aranhas. As mais perigosas são as armadeiras e
as marrons. Os acidentes ocorrem mais nas cidades. Quando uma pessoa se
aproxima da armadeira, ela se coloca em posição de defesa. Já as marrons fazem
teia até dentro de casa. O veneno das armadeiras age como o dos escorpiões e o
das aranhas marrons causa feridas na área picada e, em alguns casos, destruição
das células do sangue e problemas renais. A pessoa picada tem de ser levada ao
pronto-socorro para o controle dos sintomas e, se necessário, tomar o soro.
·
Taturanas. Passam o veneno aos humanos pelos
pêlos , causando queimação e inflamação. Trata-se com analgésicos e bolsas
geladas. Mas o veneno da espécie Lonomia pode interferir na coagulação do
sangue, levar à hemorragia e matar. Hoje, felizmente, já há soro contra o
veneno delas.
O ideal é evitar os acidentes.
Por isso, só entre em mato com botas e calça comprida. Nunca ponha a mão em
tocas nem embaixo de madeiras. Se você mora em regiões onde ocorrem acidentes,
enfim, informe-se sobre onde pode ter socorro rápido. E, caso precise de outras
informações, ligue para o Instituto Butantan: (011) 3726-7962 ou 2627-9529.
Fonte:
Revista Caras – Carlos Roberto de Medeiros, alergista e imunologista na capital
paulista, é diretor médico do Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantan.
E-mail: carlosrm@uol.com.br
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