quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Psicopatia pode ser diagnosticada somente a partir da adolescência

Diz-se que uma pessoa é portadora do transtorno de personalidade dissocial, como a psicopatia é chamada hoje, quando não mostra compaixão nas relações tanto com os humanos quanto com os animais. O transtorno ocorre em 1% a 3% da população. Às vezes manifesta-se já na infância, mas nesse período não pode ser diagnosticado, porque ainda não se tem muito bem a visão do outro.
 

A psicopatia é um transtorno de personalidade. Psicopatia, aliás, é um termo do passado. Hoje, é chamada transtorno de personalidade dissocial, ou seja, das pessoas que não conseguem seguir as normas de convivência social.
A característica básica do portador é a ausência de compaixão em relação aos seres humanos e aos animais. Ele é frio e predador nas relações. Outras características do portador são: a) grande charme e eloquência; b) boa capacidade de cativar as presas; c) inteligência em geral incomum; d) raciocínio frio e calculista; e) não tem escrúpulos e é mentiroso, cínico e dissimulado; f) não aceita regras e limites; g) tem comportamento sexual exacerbado sem envolvimento emocional; h) gosto refinado; e i) baixa tolerância a frustrações, reagindo a elas de uma forma agressiva ou violenta.
O transtorno ocorre em homens e mulheres. A maioria tem as formas moderada e mediana e vive aplicando pequenos golpes. Mas uma minoria mais violenta, constituída mais de homens, pode matar com requintes de crueldade, sem mostrar remorso, culpa ou arrependimento, para conseguir seus objetivos.
Não se sabe o que causa o transtorno. Pesquisadores tentaram verificar se os portadores têm alterações cerebrais, em especial no sistema límbico, responsável pelas emoções, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Muitas dessas pessoas, de outro lado, tiveram traumas na infância, como abuso emocional, sexual ou físico, violência e/ou negligência. Outros enfrentaram miséria e fome. Mas o transtorno pode formar-se independentemente de todas essas situações.
Sabe-se que tem um componente genético. Calcula-se que atinja 1% a 3% da população. Eles se disfarçam de políticos, empresários, executivos, religiosos e profissionais liberais. Em todas as áreas, agem manipulando as pessoas e/ou os concorrentes, isto é, usam no trato com eles do chamado “rolo compressor”. “Pisam em todos” para atingir seus objetivos.
As consequência para os portadores em casa são que, como não respeitam ninguém e se aproveitam de todos, ou saem ou são postos fora de casa. Na escola, maltratam todos, são expulsos e por isso não completam os cursos. Nas relações amorosas, só usam o parceiro sexualmente ou para obter vantagens, por isso não são duradouras. No trabalho, podem tanto aprontar logo e ser demitidos, quanto agir com habilidade, manipular todo mundo e conseguir bons cargos. Assim, podem ser bem-sucedidos e ficar ricos ou se tornarem bandidos e acabarem atrás das grades.
É impossível, como se vê, evitar a psicopatia. Psicopatas, de outro lado, jamais buscam tratamento. Pais que notem os traços do trantorno em seus filhos pequenos ou adolescentes devem levá-los a um psiquiatra. Boa alternativa para quem não tem plano de saúde são os ambulatórios das Faculdades de Psiquiatria Estaduais e Federais.
O diagnóstico é clínico, ou seja, conversar com parentes, amigos, ex-parceiros e pessoas prejudicadas por eles. É fundamental saber se têm outros transtornos, como ansiedade e depressão, e tratar. No caso específico da psicopatia, ainda não pode ser tratada com remédios. Mas já se começa a se usar para isso as terapias cognitivas comportamentais, que objetivam despertar nos portadores a capacidade de sentir compaixão.

Fonte: Revista CARAS

 

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