Pesquisa constatou que os brasileiros não conhecem a doença de Crohn nem a retocolite ulcerativa, doenças inflamatórias graves. Por isso, ao apresentarem sintomas como sangue nas fezes e dor abdominal se automedicam e esperam que passem. Um erro. Se você um dia tiver tais sintomas, consulte logo um especialista, porque poderá estar evitando problemas sérios no futuro.
A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e o Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (Gediib), de São Paulo, promovem em todo o País a campanha Seu Intestino Mudou? Isso se deve ao fato de que uma pesquisa que realizaram demonstrou que as pessoas não conhecem as doenças inflamatórias intestinais.
Muitas enfermidades podem inflamar os intestinos. Mas, hoje, quando se diz “doença inflamatória intestinal” se está se referindo à doença de Crohn e à retocolite ulcerativa. Ainda não se sabe qual a prevalência delas no País, mas se percebe nos ambulatórios e consultórios que a incidência aumenta, em especial a de Crohn.
No passado, falava-se nessas doenças no norte da Europa e na América do Norte. Ainda são as regiões onde mais ocorrem, mas hoje há casos no mundo todo. Isso se deve, claro, à industrialização. Vê-se que à medida que o país se industrializa começam a surgir casos. Talvez isso introduza na população substâncias que favorecem o surgimento das duas entidades. As substâncias não as causam, só ajudam a desencadeá-las.
Crohn e a retocolite são doenças crônicas e recidivantes, isto é, marcadas por períodos de crise e acalmia. Mas nesse último o portador pode ter algum grau de inflamação, porém sem sintomas. Não se sabe o que as causa. Sabe-se, porém, que são afecções imunomediadas, ou seja, numa situação de estresse, ou ao entrar em contato com substâncias contidas em alimentos industrializados, na poluição e no cigarro, ou produzidas por microrganismos presentes na própria flora intestinal, ocorre uma inflamação exacerbada e amplificada no intestino. Crohn e a retocolite têm influência genética; assim, pessoas com histórico dessas doenças na família estão mais suscetíveis.
Elas são mais comuns em brancos. Crohn ocorre em homens e mulheres de todas as idades, mas é mais frequente dos 15 aos 30 anos e em indivíduos acima da quinta década de vida. Pode manifestar-se da boca até o ânus, mas o local comumente acometido é o final do intestino delgado (íleo terminal) e o cólon. A inflamação atinge a mucosa e tecidos mais profundos (transmural). Já a retocolite só acomete a mucosa do cólon e do reto. Ocorre em homens e mulheres de todas as idades, contudo é mais comum nos adultos jovens. Em ambas, às vezes há inflamação também da pele, olhos, articulações, fígado e vias biliares.
Os sintomas principais de Crohn são diarreia e dor abdominal e o da retocolite, sangue nas fezes. Perda de peso, mal-estar e fraqueza são sintomas comuns às duas desordens.
As consequências de tais afecções podem ser graves. Nos quadros mais complicados de Crohn, por exemplo, podem se formar fístulas, estreitamentos e perfurações; já na retocolite existe maior incidência de câncer colorretal. Isso, felizmente, não é o mais comum. Mas são doenças limitantes, que afastam os portadores do trabalhado e até inviabilizam sua vida social e a amorosa.
O ideal, claro, é consultar um especialista à primeira suspeita. O diagnóstico é clínico e baseado nos achados dos exames endoscópicos, histológicos e de imagem. As duas doenças não têm cura, mas podem ser controladas com remédios que inibem a ação das substâncias que causam as inflamações, o que proporciona aos portadores melhor qualidade de vida.
Por: CARAS
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