ZUMBIDOS NO OUVIDO INCOMODAM AO MENOS 28
MILHÕES DE PESSOAS NO PAÍS
Esse problema comum ocorre em homens e
mulheres. Pode manifestar-se a qualquer momento, mas é mais freqüente após os
60 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, atinge 17% dos
brasileiros, ou cerca de 28 milhões de pessoas. Entre suas causas estão desde
lesões no nervo da audição e inflamações crônicas, até depressão e ansiedade. O
ideal é consultar um médico ao primeiro sintoma, fazer o diagnóstico e tratar.
Doz-se
que uma pessoa tem “zumbidos nos ouvidos” quando escuta sons “fantasmas”, ou
seja, que não se originam no meio ambiente. Pode-se verificar que não há
barulho no local em que está, mas ela ouve um barulho (zumbido) de intensidade
e características variáveis, contínuo ou não.
O
problema é muito comum em homens e mulheres. Pode ocorrer tanto em um ouvido
quanto nos dois, ou até mesmo existir a sensação de que está em outros locais
da cabeça. Pode manifestar-se em qualquer idade, porém é mais freqüente após os
60 anos. Pesquisas internacionais e nacionais constataram que cerca de 15% das
pessoas apresentam o problema em algum momento da vida. Segundo a Sociedade
Brasileira de Otologia, 17% dos brasileiros, ou cerca de 28 milhões de pessoas,
têm zumbido no ouvido. O zumbido é um sintoma, não uma doença, e pode ter
inúmeras causas.
Didaticamente,
dividem-se as causas básicas do zumbido em dois grupos as de fora do ouvido,
também chamadas para-auditivas, e as de dentro do ouvido, ou auditivas. As
causas auditivas mais comuns dos zumbidos são: a) lesões no nervo coclear, ou
da audição, por exposição a ruídos de forte intensidade, isto é, acima de 85
decibels; b) por inflamações crônicas; c) pela doença de Menière, que se
caracteriza pelo aumento da pressão do líquido no interior do ouvido; d) por
presbiacusia, isto é, perda auditiva decorrente do envelhecimento natural; e)
por doenças metabólicas como diabetes, hipotireoidismo, hipertireoidismo e
ingestão excessiva de cafeína e/ou chocolate. As principais causas
para-auditivas dos zumbidos no ouvido são: a) doenças vasculares; e b)
problemas nos músculos da região dos ouvidos, como as mioclonias.
Também
podem causar zumbidos:
a)
doenças psiquiátricas como depressão, ansiedade e fobias; b) problemas
odontológicos, entre eles a disfunção temporomandibular; c) consumo de remédios
como anti-inflamatórios derivados do ácido acetilsalicílico; antibióticos como
os aminoglicosídeos; anticoncepcionais; e alguns medicamentos usados no
tratamento de câncer. É comum, finalmente, a associação de perda da audição e
zumbido.
Boa
parte das pessoas, sobretudo se atingidas por zumbidos periódicos ou menos
intensos, convivem com eles sem grandes dificuldades. Portadores das formas
nais intensas e contínuas, porém, sofrem muito. É comum terem dificuldade para
dormir e apresentarem alteração de humor e da capacidade de concentração, o que
prejudica suas atividades diárias, até o trabalho e as relações sociais. Nas
situações mais graves, se tornam presas fáceis dos quadros depressivos
crônicos.
O
ideal é consultar um otorrinolaringologista à primeira indicação.
Hoje,
existem especialistas em zumbido pelo menos nas capitais e em muitas cidades
grandes. Boa alternativa é buscar um deles nos Departamentos de
Otorrinolaringologia das Faculdades de Medicina.
Nem
sempre é fácil descobrir a causa ou as causas, do problema, porque podem ser
várias ao mesmo tempo. E o tratamento muitas vezes é multidisciplinar, ou seja,
realizado em conjunto com psiquiatra, endocrinologista, neurologista e outros
profissionais. Mas em grande parte dos casos é possível superar ou atenuar o
problema.
Fonte:
Revista Caras – Adriana Gonzaga Chaves é mestre em Otorrinolaringologia pela
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fez especialização na Universidade
de Paris e é médica otorrinolaringologista da Fleury Medicina e Saúde, na
capital paulista.
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