Veja o que é, como surgiu e para que
serve a “cirurgia bariátrica”
Bariatria é o ramo da Medicina que
estuda as causas e as conseqüências da obesidade e o seu tratamento. As
cirurgias bariátricas foram criadas e aperfeiçoadas nos Estados Unidos. Começaram
com a redução dos intestinos, depois passaram a reduzir o estômago e a
necessidade de comer. A mais usada hoje é a gastroplastia, que reduz os dois
órgãos para o obeso comer menos e emagrecer.
Sabe-se
que a obesidade é prejudicial à saúde, podendo causar desde problemas
psicossociais, como discriminação social e no trabalho, até doenças ortopédicas
e endócrinas, como o diabetes e a
hipertensão arterial. Pode-se descobrir se uma pessoa é obesa
calculando-se seu índice de massa corpórea (IMC). Para isso, basta dividir seu
peso em quilos por sua altura em metros multiplicada por ela mesma. Para
adultos, resultados entre 18 e 25 indicam índice normal; de 25 a 30, sobrepeso; de 30 a 35, obesidade leve (grau
I); de 35 a
40, obesidade moderada (grau II); e resultados iguais ou superiores a 40 (grau
III), obesidade mórbida.
Pesquisa
feita em 2008 pela Toledo e Associados para a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica constatou que 51% da população tinha sobrepeso; 14% eram obesos; e
4% obesos mórbidos. Trata-se de um alerta importante, porque é pequena a
distância entre sobrepeso e obesidade. O ideal é que as pessoas com sobrepeso
consultem um médico, façam avaliação e corrijam o que está errado. O tratamento
é feito com remédios, reeducação alimentar e atividade física.
Mas
a maioria não consegue levar adiante a alimentação saudável nem as atividades
físicas e uma parte acaba se tornando obesos mórbidos. Mas também para estes
existe uma alternativa de tratamento, a cirurgia bariátrica.
As
cirurgias de redução de peso, em geral indicadas para obesos de grau III e para os de grau II que já têm doenças como
diabetes e hipertensão, começaram a ser criadas nos Estados Unidos há mais de
50 anos. Como as gorduras são absorvidas em todo o intestino, passou-se a criar
cirurgias que encurtavam o órgão, ou seja, deixavam parte dele inativa. Levavam
ao emagrecimento, mas a pessoa tinha de ir à toalete muitas vezes ao dia, até
em horas impróprias, e ficava mal nutrida, porque nutrientes também não eram
absorvidos e, com isso, logo foram proibidas.
Nos
anos 1980, o médico americano Edward Mason passou a criar cirurgias que
diminuíam o estômago e a vontade de comer. Mas também não tiveram os resultados
esperados.
Outros
dois cirurgiões americanos, Rafael Capella e Mathias Fobi, no inicio dos anos
1990, mais ou menos ao mesmo tempo, tiveram a idéia de unir o melhor de cada
uma numa cirurgia especifica.
Criaram
a gastroplastia em “Y” de Roux, que consiste em diminuir o estômago e desviar
parte do intestino por grampeamento. Assim, o paciente come menos e também a
gordura é menos absorvida. Com isso,
claro, ele emagrece. È a que dá os melhores resultados e, por isso, a
mais usada em todo o mundo. Hoje em geral é feita por videolaparoscopia.
Quando
reduzimos o estômago de uma pessoa, o induzimos a produzir menos grelina, o
“hormônio da fome”, o que a faz ter menos necessidade de comer. A diminuição do
tamanho do estômago associada ao desvio de parte do intestino favorece uma
produção mais rápida dos hormônios intestinais responsáveis pela sensação de
saciedade. É preciso destacar, porém, que existem outros tipos de cirurgia.
Dependendo das necessidades do paciente, seu médico pode optar por uma ou por
outra. Hoje, faz-se cirurgia bariátrica em hospitais públicos e particulares. Elas
são até cobertas pelos planos de saúde. Não resolvem, contudo, todos os
problemas do paciente. O sucesso do tratamento depende de um preparo e
acompanhamento adequado antes e também depois da cirurgia.
* Fonte: Revista Caras – por Alexandre
Amado Elias, cirurgião do aparelho digestivo na capital paulista, é coordenador
médico do Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital
e Maternidade São Luiz – Unidade Itaim.
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